segunda-feira, 7 de maio de 2012

Agir para Sentir, e não o Contrário

Um amigo pediu para que eu falasse sobre esse título que usei para o post... Lá vai!

Sabe a força que você aplica com as mãos em um objeto para movê-lo de lugar? Pense em um objeto mais pesado e considere que será necessária mais energia para realizar este trabalho, afinal você usará mais força.

Os músculos mais treinados realizam uma tarefa como essas com mais facilidade do que os músculos preguiçosos, que estão destreinados. A energia dos combustíveis orgânicos, basicamente obtidos por meio da alimentação, possibilitará esse movimento, essa ação.

Até aqui nenhum mistério, não é?

Sabemos bem como mover um sofá de lugar, e de que modo empregamos a força para realizar este movimento. Sabemos que fonte de energia gerará a força solicitada, e sabemos sobre esses combustíveis o suficiente para os escolhermos bem, certo?

Mas e para mover nossa realidade interior? Como geramos o movimento, de modo a alterar a inércia de um estado psíquico como a melancolia, a depressão? Que força empregamos? Qual a fonte de energia? Que combustível usamos?

Não é difícil de perceber que mudar um objeto de lugar é mais fácil do que mudar um estado psíquico. A mudança de estados psíquicos é mais trabalhosa, inicialmente porque tendemos a conservar um estado emocional em seu movimento mecanizado, em inércia, ou seja, inalterado.

Basta conservar o padrão mental que o estado emocional permanece, e para conservar um padrão mental constante, ainda mais se for de natureza negativa, como a rejeição da realidade, basta não fazer nada. E convenhamos: não fazer nada é muito fácil, não é?

Além disso, para mudar um estado psíquico é preciso escolher um novo movimento, decidir empregar a força necessária e... “que rufem os tambores”... Agir de acordo com a decisão (aqui está o segredo da mudança).

Mas não fazer nada é mais fácil que fazer alguma coisa, mesmo quando ‘não fazer nada’ conserva o sofrimento. Por exemplo: para continuar triste basta conservar os mesmos pensamentos tristes, e isso é bem fácil.

Então, se o objeto for a tristeza, a melancolia, a aparente dificuldade para fazer algum movimento já desencoraja a ação, logo de início. O que fazer?

Comece assim: Queira! É como um ‘desejar profundo e intenso’... Queira!

A força aplicada para mudar o padrão mental – basicamente o que passa na sua mente, os pensamentos – é produzida pelo Poder da Vontade. A energia para realizar este trabalho resulta de sua disposição em alterar sua realidade interior e sua relação com a realidade exterior. O combustível são valores, crenças, pensamentos.

À medida que você ‘age de acordo’, ou seja, substitui padrões mentais que estimulam a melancolia por pensamentos que estimulam a coragem, a confiança, a vitalidade e o entusiasmo, os músculos do Poder de Vontade são exercitados, produzindo cada vez mais Força. Isso quer dizer que você ficará cada vez mais hábil. (Bom, não é?)

Esta sentindo melancolia, tristeza? Preste atenção nos pensamentos. Mova-os de lugar. Como não dá para engessar a mente e esperar curar, tratamos com carinho dela para que a saúde psíquica seja um caminho, não fim. Então mexa-se. Mova os pensamentos, substituindo-os. Escolha e Realize.

Isso é “Agir para que o sentimento apareça, ao invés  de esperar sentir para agir”.

Um abraço, seu Amigo, Lucius Augustus, IN.

6 comentários :

  1. Eu não consigo precisar no tempo, mas acho que foi na minha adolescência, quando a gente começa a pensar, que eu imaginei algo parecido. Eu pensava comigo que as pessoas até conseguem perceber os erros que cometem, mas têm muita dificuldade de evitá-los novamente. Eu imaginei que se pudéssemos ter uma consciência permanente dos nosso atos, conseguiríamos evitar esse erros. Mas isso não existe, pelo menos não tão facilmente. Não conseguimos nos observar de um ponto de vista externo a nós mesmos, como se fôssemos nossos próprios vigias, e apontar o desvio logo que começamos a sair da linha. Mas eu desenvolvi um pequeno truque. Embora ter consciência de tudo todo o tempo fosse quase impossível, eu poderia focar minha atenção em pequenas coisas, uma de cada vez. Então eu bolei o que eu chamei de "campanhas". Uma campanha é estabelecer um objetivo, coisa pequena mesmo, mas ficar atento a toda vez que ela surgia e assumir o comando da situação. Um exemplo banal: a minha caligrafia era bastante feia e eu resolvi que, embora fosse feia, eu cuidaria de pelo menos torná-la legível. Comecei a caprichar em algumas letras que eram toscas, por exemplo o "s" e o "r", e assim a minha letra passou a ser perfeitamente legível, embora ainda feia. E assim foi, pequenos atos, pequenas coisas que eu percebia erradas ou que podiam melhorar, eu iniciava uma nova "campanha". A vida é uma sequência de "pequenas campanhas", o passo não precisa ser grande, basta querer e prestar atenção para resolver o que vier pela frente.
    (PS: a "campanha" do "s" e "r" foi uma das primeiras que lembro, ainda mais cedo, pelos meus 8 ou 9 anos.)

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  2. Lucius, conheci o seu blog através do TEIA.
    Gostei muito do Zerando Karma.
    Sobre o post:
    Você foi bem profundo no tema... Quando li o texto até me lembrei um pouco de uma crônica do Pedro Bial que termina assim: "Só o que está morto não muda." Isso é uma grande verdade. Você foi muito feliz quando fez a comparação com o sofá. Não adianta nós mudarmos tudo que tem ao nosso redor e a mudança interior não acontecer. A nossa vida é assim mesmo, um eterno processo de autoconhecimento.
    Um abraço!!

    http://ymaia.blogspot.com.br/

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  3. Maravilhosas palavras,Lucius Augustus!
    Gostei da tática do José Agustoni,a das 'campanhas'!

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  4. Amigo Lucius Augustus,


    Muito legal,mover e substituir pensamentos para uma vida mais realizável.Agir para sentir! Esse é o foco.Obrigada!

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  5. Excelente pensamento, amigo Lucius. É ilusório esperar que o mal-estar se converta em bem-estar num passe de mágica. Esquecemos facilmente que podemos escolher nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossas ações independente do mundo externo, e podemos fazê-lo com base no que desejamos sentir, pensar e agir. E se nos esquecemos nos fazemos vítimas de nós mesmos, agindo por que sentimentos ou pensamentos de maneira inadequada. Fazer escolhas com consciência o controle da nossa vida de volta. Esse é o verdadeiro poder! Deus nos ajude a saber usá-lo com sabedoria! Um abraço.

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